Um aquário plantado é um pedaço de vida que nos abre o espírito. A Flora certa,com a Fauna apropriada,fazem de um aquário um verdadeiro orgulho para quem o cria e mantém.Um espaço onde podes contemplar e relaxar,com a harmonia de um ecossistema vivo. As próximas palavras vão no sentido de tentar ajudar a manter um aquário plantado,cheio de vida, com os poucos conhecimentos que adquiri ao longo do tempo. Tudo o que colocarei aqui,não é nem nada que se pareça uma formula mágica para manter um plantado de sucesso.Isso não existe.Cada aquário é um aquário.O que vão ler é apenas a minha maneira de fazer as coisas.
... CO2 - Dióxido de Carbono
Como sabes,as plantas fazem a fotossíntese que basicamente é criar energia através da luz. Como sabes,durante o período diurno, as plantas consomem Dióxido de Carbono (CO2) e libertam Oxigénio (O2),e de noite o inverso, libertam CO2 e consomem O2.
O CO2 é fornecido às plantas através da respiração dos peixes,e também através de trocas gasosas,ou seja uma pequena parte do CO2 entra no aquário pelo ar,através da movimentação da água. Porém,embora esta quantidade de CO2 seja suficiente para algumas espécies de plantas,outras há que não sobrevivem sem a adição extra de uma fonte de CO2. Para isso podemos usar simples sistemas caseiros,que mais à frente explicarei,que fornecem o CO2 necessário. Mais eficaz anda é usarmos botijas de CO2, são mais dispendiosas mas mais eficientes e duram muito tempo,enquanto que o sistema caseiro tem de ser recarregado muito mais frequentemente.
O CO2, e também certos substratos,fazem com que o PH da água desça,o que é óptimo para as plantas,que se dão muito bem em ambientes mais ácidos.
Manter um aquário plantado requer um mínimo de conhecimentos,porém alguma dedicação. Temos de antemão fazer algumas escolhas,ou seja temos de saber se queremos um plantado de fácil manutenção ou um de manutenção mais exigente.
Tudo se prende com a escolha da Flora. Há plantas que requerem mais iluminação,uma adição extra de CO2 e uma fertilização mais cuidada,outras há que se mantém perfeitamente bem com média luz,sem um sistema de CO2,usando apenas o CO2 que o aquário contém naturalmente, e apenas com fertilizações pontuais. Tudo tem a ver com o metabolismo das plantas.
Se quisermos um aquário fácil de manter,devemos escolher plantas como Anúbias, Fetos de Java, Echinodorus, Valisnérias, Hydrocotyle Leucocephala,algumas Cryptocorynes, Amazonenses e claro vários tipos de Musgo. Neste tipo de aquário,que chamo de ''Low-Tech'' ou aquários de metabolismo lento, não há a necessidade de ter um sistema de CO2,a luz não necessita de ser forte,apenas média, e as fertilizações podem ser semanais.
Já num aquário ''High-Tech'' ou aquário de alto metabolismo,onde pontificam plantas como as Rotalas, Blixa Japónica, Heteranthera Zoosterfolia,Ludwigias, Didiplis Diandra, Limnophilas, e plantas de tapete como a Hemianthus C.''Cuba'' e Glossostigma Elatinoides, é imprescindível ter um sistema de CO2 a funcionar,em conjunto com uma boa luz. Num aquário deste tipo as fertilizações devem ser mais rigorosas,de modo a que não falte nenhum nutriente ao sedento metabolismo do aquário.Tudo isto sem excessos claro.
O que eu aconselho, se a menor dúvida, é a aquisição de uma botija pressurizada de CO2. Isso evita fazer um sistema caseiro e depois veres que não é fiável, pois o nível de CO2 debitado não é sempre o mesmo, e isso faz com que as algas apareçam nos momentos em que o nível de CO2 presente na água desce. É seguramente um dos melhores investimentos para um plantado.
... Iluminação
Iluminar plantas não é o mesmo que iluminar a tua sala de estar. As plantas requerem um tipo de luz certa, que satisfaça as suas necessidades.Nem todas as lâmpadas são adequadas para Aquariofilia,em especial para os plantados,sendo de descartar logo à partida tudo o que seja lâmpadas incandescentes.
Watts (W) - Basicamente,os Watts é a medição do que uma lâmpada consome,embora por vezes se confunda com a quantidade de luz que a lâmpada emite.Normalmente falamos em Watts quando queremos exprimir a luz total a colocar num aquário,embora fosse mais correcto falar-se em Lumens.
A quantidade de Watts a colocar num plantado,como eu referi atrás depende da Flora a escolher.Depende também do formato do aquário,pois a luz incide sobre espaços não litros...Esta questão do formato do aquário é importante,pois a quantidade de luz a colocar num cubo de 500L seria diferente da de um aquário rectangular.
Contudo,coloco aqui uma tabela onde aparecem os Watts que eu colocaria em aquários de formato convencional, ou seja rectangulares.De um lado os Watts para aquas ''Low-Tech''(min) ou aqua de metabolismo lento,com plantas menos exigentes e do outro os Watts que eu colocaria num aqua ''High-Tech''(max) ou aquário de alto metabolismo,com plantas mais exigentes:
Litragem min/Max Litragem min/Max
20L - 30/45W .................... 200L - 110/155W
40L - 45/65W .................... 250L - 120/170W
60L - 50/80W .................... 300L - 130/185W
80L - 65/90W .................... 350L - 140/195W
100L - 70/100W .................... 400L - 150/220W
150L - 90/130W .................... 500L - 160/230W
Lumens ou Lux - Os Lumens é que são a quantidade de energia irradiada pela lâmpada. Dependendo do tipo de lâmpada,uma lâmpada com X watts irradia X lumens.Como disse anteriormente,a tabela anterior ficaria mais correcta se em vez dos Watts colocassemos Lumens.Porém,entre os Aquariofilistas instituiu-se os Watts quando queremos falar da quantidade de luz de um aquário,e talvez também seja assim porque os Watts é a informação mais comum a ser encontrada numa lâmpada,mais comum que os Lumens.
Kelvins (K) - Os Kelvins são muito importantes na Aquariofilia,principalmente nos plantados. Os Kelvins representam a temperatura de cor das lâmpadas,qual o seu espectro.Por ex. a lâmpadas incandescentes são amarelas,logo tem normalmente entre 1000 a 2000 Kelvins.Por sua vez,as lãmpadas fluorescentes tem uma cor mais branca,logo têm entre 4000 a 10000 Kelvins.Mais de 10000K o espectro começa a entrar numa tonalidade azul.O espectro vai das cores quentes (vermelho/amarelo), às cores frias (branco/azul).Por curiosidade,o Sol,ao meio-dia tem 5800K.
Nos plantados,queremos que as lâmpadas tenham entre 4000K e 10000K, sendo muito comum 6500K.A escolha depois depende com o nosso gosto,e também com algo importante: a altura do aquário. Quanto mais Kelvins tiver uma lâmpada,melhor a luz penetra na água,atravessa-la melhor.Portanto,em aquários altos,o ideal é ter lâmpadas de 10000K. Este espectro é ideal também para colocar na parte da frente do aquário,onde é mais comum colocarmos as plantas de tapete,plantas rasteiras,sendo que a luz lhes chega mais eficazmente.Se a calha do aquário levar 3 lâmpadas,uma boa escolha é colocar na traseira uma de 6500K,no meio 8000K e na frente 10000K.
I.R.C. (Índice de Reprodução Cromática) -É uma medição que vai de 0 a 100,e indica se a lâmpada reproduz fielmente o espectro que se propõe ter.Quanto mais IRC melhor qualidade tem a lâmpada.
Tipos de Lâmpadas para aquariofilia:
Na Aquariofilia não se usam lâmpadas incandescentes,pois têm um alto consumo e um baixo rendimento,usam-se as lâmpadas fluorescentes,e destas há de vários tipos. O tipo de lâmpada deve ser o mais apropriado para o aquário em questão.A litragem do aquário tem muita importância na sua escolha e também a altura deste.
T8 - As T8 são as mais comuns,podem encontrar-se em muitas das antigas calhas destinadas à aquariofilia.Têm de diâmetro de 2,5cm e existem nas mais variadas potências e Kelvins.
T5 - Estão a substituir as T8 na Aquariofilia,pois são mais finas e quanto a mim melhores no rendimento. Têm 1,6cm de diâmetro,quanto mais pequeno é o equipamento de um aquário melhor. Muitas das novas calhas vêm com lâmpadas T5.Em aquários com menos de 50cm de altura e de litragens até aos 200L é quanto a mim uma boa solução.
P.L.L. - As lâmpadas P.L.L.(Power Linear Lamp) tem a vantagem de se poder concentrar mais potência luminosa em menos espaço.Isto porque as PLL estão dobradas em U,o que economiza em espaço.Há estas lâmpadas com 4 e 2 pinos.De modo a fazeres uma montagem em casa precisas de um balastro adequado à potência da lâmpada.
H.Q.I. - H.Q.I. significa Halogen Quartz Iodine (Halogénea de Quartz e iodo).Estas lâmpadas têm um rendimento superior às fluorescente ,são frequentemente usadas em aquários altos,em que a profundidade é um sério entrave a que a luz das lâmpadas T5 e T8 chegue ao fundo do aquário.
O IRC destas lâmpadas é também superior à das fluorescentes.O problema é que só existem lâmpadas de 70, 150, 175, 250, 400 e 1000 Watts,então apenas devem ser usadas em aquários de no minimo 50L.E como estas lâmpadas gastam mais,seria um desperdício colocar um HQI de 70W para um aquário de 50L.
Outra questão é o calor que estas lâmpadas emitem,sendo que é necessário ter um aquário aberto ou um ventilador,de modo a que a água não sobreaqueça.Outro problema é que num aquário grande devemos ter vários focos de H.Q.I.,de modo a que a luz preencha todo o espaço do aquário e não só no espaço que o foco incide,ficando os cantos na penumbra.São também mais caras que as fluorescentes.
Contudo em aquários grandes é uma boa solução.Estas lâmpadas duram muito mais tempo que as fuorescentes(12000 horas contra 7000 das fluorescentes) e a qualidade da luz proporciona plantas saudáveis e uma visão do aquário fantástica.
LED - Esta será a iluminação dos aquários do futuro,embora por agora seja uma tecnologia em desenvolvimento.
Lâmpadas Economizadoras E-27/E-14 - Quando temos um aquário de pequenas dimensões,podemos facilmente arranjar iluminação para ele com um simples candeeiro de secretária. Basta colocarmos uma lâmpada com o casquilho correspondente(fino E-14 ou grosso E-27) desde que tenha os Kelvins ideais.Nestas lâmpadas só existe até 6400K.
Tempo de iluminação de um plantado:
De modo a que o aquário tenha sempre uma rotina certa,eu coloco um temporizador,que me liga e desliga as luzes todos os dias à hora certa.
Eu tenho as luzes ligadas durante 10h,e sempre no periodo diurno. Todos os seres vivos possuem um relógio interno e se por acaso colocasses o aquário iluminado de noite e às escuras de dia,por certo as tuas plantas e os teus peixes se sentiriam desnorteados,o que não é bom. Enquadra as 10h de luz dentro do periodo diurno,de modo a que tenhas hipótese de ver o aquário com as luzes ligadas.Eu ligo as luzes às 13h e desligo às 23h.
Há quem tenha calhas com vários tipos de lâmpadas,por ex. T5 com uma HQI.Esta última,mais potente,é apenas ligada durante certo periodo do dia,ficando o restante tempo apenas as T5 ligadas.
Há também quem simule a rotação do Sol,em aquários grandes.Dá por certo um espéctaculo impressionante,ter um pôr e um nascer ''da lâmpada'' em casa!
... O substrato
O substrato deve ser pensado de acordo com o tipo de aquário que pretendemos, ou seja que tipo de Fauna e Flora queremos.Existem plantas que precisam de nutrientes nas raízes para viver, outras que dispensam.tratos que acidificam e outros que tornam a água mais alcalina, portanto temos de saber de antemão quais peixes vamos querer.
Aspectos importantes de um substrato:
Aspectos importantes de um substrato:
Granulometria - A granulometria é um aspecto extremamente importante.Se um substrato for demasiado fino,em conjunto com a água compacta,e as raizes das plantas sufocam.Um substrato ideal terá uma granulometria entre 2mm a 3mm,de modo a que o Oxigénio e os nutrientes possam fluir livremente,oxigenando e nutrindo as plantas.
A areia não é um bom substrato para plantas,pois tem uma granulometria demasiado fina e a areia da praia eleva o PH,o que é bom para a Flora. A terra para vasos também não é uma boa opção,pois compacta e apodrece,libertando gases perigosos ao longo do tempo.
Rugosidade/Porosidade - Um substrato rugoso dá às raizes superficie onde se agarrar,promovendo o crescimento destas.O areão de rio,apesar de ter uma boa granulametria,deixa muito a desejar devido à falta de rugosidade.A sus superficie é lisa e muitas plantas,de tapete por ex. como Hemianthus C.''Cuba'' ou Glossostigma Elatinoides definham,pois as raizes não se conseguem estabilizar e propagar.
Já a porosidade também é muito importante,pois permite uma boa fixação de bactérias no substrato,coisa que,tendo o areão de rio como exemplo é mais difícil.
Fertilidade - Existem substratos férteis e estéreis. Por cima de um substrato fértil deve ficar uma boa camada de um substrato estéril,de modo a que um mínimo de nutrientes venham para a coluna de água.
Substratos Férteis:
Existem muitos tipos de substratos férteis,substratos que contém nutrientes e minerais disponiveis para as plantas os utilizarem com o passar o tempo. Existem alguns comerciais,que podemos comprar numa loja de Aquariofilia,que são basicamente argilas porosas,com uma granulametria que se considera ideal,que foram aquecidas com temperaturas elevadas e enriquecidas com nutrientes.A quantidade dos nutrientes varia de marca para marca,por isso o ideal é ler as recomendações,de modo a saber o que tem a fazer nos primeiros tempos de vida do aquário.
A escolha do substrato depende basicamente do dinheiro que queremos gastar. Se queremos um substrato duradouro,de qualidade,temos os substratos ADA, nomeadamente o Power Sand ou o PowerSand Special que já vem com aditivos.Aditivos esses que podemos comprar separadamente,o Bacter100 para aplicar antes do substrato,que contém mais de 1oo diferentes tipos de bactérias num estado letárgico,que criam microorganismos benéficos para o aquário,e o TourmalineBC,aditivo que contém pedaços de Bamboo,absorvendo possiveis substâncias poluentes e contendo minerias da Tormalima,que melhoram o ambiente no aquário.
Depois temos também os substratos ELOS,nomeadamente o Bottom Mineral,o Terra Uno e o Terra Zero.Os substrato ELOS são de grande qualidade e libertam os nutrientes de forma uniforme,prevenindo os picos de nutrientes excessivos que podem causar algas.
Há também um substrato de grande qualidade o TROPICA Plant Substrate,e depois mais acessiveis temos os substratos SERA Floredepot e o TETRA Plant Substrate.
Podemos também fazer o nosso próprio substrato. Existem muitos materiais que podemos encontrar em lojas de jardinagem e floristas.
Turfa - Este material,vindo directamente do solo,contém alguns Macro e Micronutrientes. Faz o PH e KH descer,tornando a água ácida,um ambiente propicio para a Flora,e transforma alguns nutrientes como o Ferro numa forma assimilável pelas plantas,devido ao seu poder acidificante e ao ácido húmico libertado. Deve ser colocado no fundo do aquário e é ideal para usar com a Laterite.Por cima deve ser colocada Akadama ou areão de rio.
Laterite - É um substrato proveniente dos Trópicos,bastante rico em Ferro (Fe).O Ferro que contém é oxidado,não é assimilavel pelas plantas,de modo a que o ideal é ser usado com a Turfa,visto que esta, libertando ácidos orgânicos no aquário faz com que o Ferro oxidado sob a forma (Fe3), se converta em (Fe2),sendo esta a forma ideal para a assimilação das plantas. Por cima deve ser usada Akadama ou areão de rio.
Argila - A argila são pequenos grãos,que com o tempo e a maturação do aquário proporcionam às plantas vários nutrientes e minerais.
Humus de minhoca 100% orgânico - Este material orgânico basicamente é excremento de minhoca, extremamente rico em nutrientes.Pode ser encontrado em floristas,porém tem de levar um tratamento antes de o poder usar em Aquariofilia.
Modo de tratamento do Húmus:
Colocar o Húmus dentro de uma panela. Lavar bem com água corrente,soltando todo o material que flutue. Encher a panela com água e levar ao lume,deixando ferver durante 15m. Depois,escorrer a água e lavar de novo com água corrente,até ficarmos apenas com o material mais pesado. Lave até que a água fique menos escura.
Eu coloco dois dedos de húmus no fundo do aquário,seguido de 3 dedos de Akadama ou areão de rio.Ao encher o aquário ter cuidado de modo a que a força da água não chegue ao Humus,senão a água pode ficar castanha por algum tempo.
Um bom substrato pode ser conseguido com um pouco de Turfa no fundo,um pouco de Húmus de seguida,um pouco de Laterite e Akadama por cima.
Substratos Estéreis:
Um substrato estéril ou inerte é aquele que não foi enriquecido com nutrientes,nem os possui naturalmente. Este tipo de substrato é o ultimo a ser colocado,sendo por isso o substrato mais à superficie,e é o que trava parcialmente a vinda dos nutrientes do substrato fértil para a coluna de água.
Akadama - A Akadama são grãos de argila porosa utilizada como terra de Bonsai e mais recentemente como substrato para a Aquariofilia. Existem opiniões distintas acerca da fertilizade ou não deste substrato. Efectivamente,a longo prazo,alguns Micros podem ser libertados,porém não o considero um substrato fértil no verdadeiro sentido da palavra,ou seja não é o mesmo que muitos substratos férteis de marca,que são feitos propositadamente como substratos fertilizantes,substratos que devem ficar debaixo de uma camada de um substrato estéril.
Quanto a mim,a Akadama é o substrato ideal para colocar por cima de um substrato fértil,ou para ser usado só. Tem a porosidade e a rugosidade ideais,o que o faz excelente para a fixação de raízes.Existem várias granulametrias,e pode ser encontrado nas lojas de Bonsai e também em lojas de Aquariofilia. A sua cor castanha é estéticamente perfeita para montar certos 'layout'.
Areão de rio - O areão é o substrato mais comum e o mais económico,e é encontrado e retirado dos rios. Não é poroso,por isso não é tão eficiente como Akadama. Podes encontrar diversas granulametrias,desde a areia até ao cascalho maior,este não sendo ideal para colocar em plantados. Caso não tenha Carbonato de Cálcio encrustado não influência o PH,caso tenha vai subi-lo,o que não é do agrado das plantas que preferem PH ácido,que ajuda o seu metabolismo.
Areia Branca para aves - Existe um tipo de areia branca utilizada para colocar no fundo das gaiolas das aves, que pode ser usada na aquariofilia, sobretudo para dar apontamentos de branco ao layout, como por exemplo a simulação de um rio. Bata lavar e usar, e não interfere na química da água.
Areão colorido - Este tipo de areão,com cores,verde berrante,amarelo choque,não faz aquilo que se pretende: ter um aquário natural. E está tudo dito...
... A nutrição da Flora
Os nutrientes presentes no substrato fértil podem não ser suficientes de modo a assegurar a saúde das plantas, se tivermos no aquário plantas mais exigentes. É necessário uma fertilização liquida, e providenciar um sistema de fertilização adequado ao aquário em questão.
Em aquários "Low-Tech" ou seja de baixa manutenção,uma fertilização semanal é suficiente para que as plantas se apresentem saudáveis.Já num aqua "High-Tech",com boa luz,um sistema de CO2 e plantas exigentes,o ideal é fazer uma fertilização diária,e individualizar os Macronutrientes.
Quando fertilizar na coluna de água?
O momento de iniciar a fertilização liquida depende muito da qualidade do substrato fértil.Há substratos,que devido à sua grande fertilidade, fazem com que haja um ''boom'' de nutrientes a seguir ao inicio da montagem, onde é necessário por vezes várias trocas de água semanais de modo a retirar alguns destes nutrientes da coluna de água, para prevenir excessos e possiveis algas. É importante saber quais os nutrientes presentes no substrato, de modo a sabermos caso falte algum nutriente essencial, e então neste caso devemos fertilizar na forma liquida.
Porém, com substratos férteis menos ''potentes'' ou mesmo se escolheres não colocar nenhum, tens de iniciar a fertilização liquida desde o inicio.
É muito importante contudo que os valores dos nutrientes estejam sempre dentro dos valores ideais(que indicarei mais à frente),de modo a que o aqua não sofra nem excessos, nem carências,que podem originar algas indesejadas e/ou deficiências de crescimento por parte das plantas.
É importante sabermos que as plantas precisam de todos os nutrientes que a Natureza criou. De uma maneira ou outra devemos disponibilizar estes nutrientes. O sucesso de um plantado depende muito deste factor, e de sabermos qual a velocidade que as nossas plantas estão a consumir os nutrientes, de modo a que consigamos dar-lhes apenas aquilo que elas consomem, para não sobrar para as algas.
Lista de Nutrientes:
Macronutrientes: - Estes são os nutrientes consumidos pelas plantas em maior quantidade pelas plantas. Deves fertilizar com cada um deles individualmente,de modo a conseguires uma fertilização mais rigorosa.
Potássio (K) - Na Natureza,ou seja nos rios,lagos,etc,este nutriente deverá ser o que se encontra em menos quantidade.Tem o papel de activador das funções enzimáticas e da manutenção da turgidez celular.Os tecidos merismáticos possuem alto teor de Potassio e favorece também a formação de raizes.A sua forma iônica,ou seja a forma que é absorvida pelas plantas é K+.
Carência: Consegue-se ver a carência através das folhas mais velhas,cujas extremidades apresentam manchas cloróticas e tornam-se necróticas,degeneram-se.
Excesso: Não devemos exagerar neste nutriente (tal como em todos os outros),pois faz com que o Magnésio e Cálcio não sejam assimilados pelas plantas.
Como fertilizar: Podemos fertilizar com este nutriente recorrendo a fertilizantes de várias marcas ou então indo à farmácia, através do Cloreto de Potássio (KCl). Dissolvendo 200gr. em 1L de água destilada,cada 1ml desta solução aumenta em 1ppm o K por cada 100L de água. Não existem testes em Portugal para este nutriente,pelo que devemos fertilizar com bom senso,fazendo uma estimativa do que devemos fertilizar,ou seguindo as indicações do produto,se for o caso. Eu coloco 5ml/dia por cada 100L de água,num aqua ''High-Tech''.
Nivel ideal: 20 a 30ppm
Nitrogénio (N) - O Nitrogénio é um Macro muito importante,pois actua em praticamente todas as fases do crescimento das plantas. Este nutriente,tal como o Fósforo (P),é produzido naturalmente pelo aquário,através dos dejectos dos peixes que formam Amónia (NH3) e depois pelo produto do ciclo do Azoto,o Nitrato (NO3). Por esta razão é necessário controlar este nutriente,de modo a sabermos quanto o aqua produz e se necessitamos realmente de fertilizar ou não.
Carência: Aumento do sistema radicular,palidez da planta,amarelecimento e posterior queda das folhas precocemente.
Excesso: O excesso deste nutriente, na forma de Amonia,é extremamente tóxico para os peixes,provocando morte irreversivel.Deve estar sempre a zero.Na forma de Nitrato,embora muito menos que a Amónia. Se o Nitrato estiver em excesso,se houver mais do que a quantidade que as plantas necessitam,pode ser aproveitado pelas indesejadas algas.
Como fertilizar: Comprar um fertilizante de Nitrogénio (N) de uma qualquer marca ou então arranjar Nitrato de Potássio (KNO3).Nas farmácias está proibido,porém é possivel arranjar através de sites na net,através da Horizonte Aquático por ex. Dissolver 100gr. em 1,2 L de água destilada. Cada 1ml desta solução aumenta em 0.50ppm o Nitrato (NO3),por cada 100L de água. Utilizar testes de modo a saber quanto fertilizar.
Nivel ideal de Nitrato (NO3) : 5 a 10ppm
Fósforo (P) - O Fósforo actua na respiração e produção de energia por parte das plantas.Tem um papel importante na divisão celular entre outros processos metabólicos,tais como nas substâncias de reserva.A forma iônica absorvida pelas plantas são (H2PO4-) e (HPO4 2-). Este nutriente é importante na formação de raizes em aquários recentes.
Tal como o Nitrato (NO3) este nutriente é produzido naturalmente, através da comida que fornecemos aos peixes que produz Fosfato.Por isso é necessário testes que nos indiquem a quantidade que o aqua tem realmente e fertilizar em consonância.
Carência: Podemos ver a carência deste nutriente através de uma alga chamada Green Spot.
Excesso: Em excesso causa diversos tipos de algas.
Como fertilizar: Comprar na farmácio Fosfato Monopotassico, ou um produto chamada Fleet Enema.
Nivel ideal de Fosfato (PO4): 0.5 a 1ppm
Macronutrientes Secundários: - Estes nutrientes (tal como vários outros) estão presentes naturalmente na água da torneira.
Magnésio (Mg) - O Magnésio faz parte da molécula da Clorofila,e por isso está ligado ao metabolismo energético das plantas.
Carência: Os sintomas evidenciam-se nas margens das folhas,alastrando para o centro,por entre as nervuras.
Como fertilizar: Este Macro está presente na água da torneira e se procedermos com frequência a trocas de água parciais, nunca está em carência.Contudo é importante que fertilize com Magnésio (Mg),ele está presente no fertilizante de Micronutriente, juntamente com os outros nutrientes Micro,apesar de ser um Macro secundário.
Caso aches que o teu aqua necessita,ou se o teu fertilizante de Micros não contiver este nutriente compra na farmácia Sulfato de Magnésio (MgSO4+7H2O). Dissolve 200gr. em 700ml de água destilada. Cada 1ml desta solução aumenta em 0.28ppm o Magnésio (Mg) por cada 100L de água do teu aquário. Eu fertilizo com 5ml 2x semana,apesar do meu fertilizante de Micros já conter Magnésio.
Nivel ideal: 30 a 40ppm.
Cálcio (Ca) - Contribui para o fortelecimento de toda a planta,principalmente raizes e folhas. Também mantém o equilibrio entre a alcalinidade e a acidez da seiva das plantas. Forma iônica: Ca2+.
Carência: Lesões nas margens das folhas jovens,que começam a morrer da extremidade para o centro.
Como fertilizar: Comprar na farmácia um produto chamado ''Decalcit'' em pó.Tem cálcio e vitamina D3,deve ser utilizado em aquários com Caracois (estes seres consomem muito Cálcio) e/ou com águas muito moles e descalcificadas.
Dentro da embalagem vem uma colher que cheia trata 500L de água (dosear consoante a tua litragem),semanalmente para tratar casos de descalcificação das conchas dos Caracóis,ou quinzenalmente como método preventivo.
Micronutrientes: - São os nutrientes consumidos pelas plantas em menor quantidade,não sendo por isso menos importantes. Os Micros são um conjunto de vários nutrientes e vêm todos juntos no mesmo fertilizante. O Ferro também vem no mesmo conjunto,embora este nutriente deva ter uma atenção especial,visto que o ideal é ter um fertilizante só de Ferro.
Ferro (Fe) - Essencial também no metabolismo energético,actua fixando o Nitrogénio (N) e ajuda no desenvolvimento de caule e raizes. Forma iônica assimilavel pelas plantas: Fe2+
Carência: Perda da coloração das folhas mais novas,ocorrendo clorose internerval. As folhas ficam sem força, transparentes e retorcidas.
Excesso: Em excesso o Ferro pode ser nocivo para invertebrados e pode influenciar o aparecimento de algas.
Como fertilizar: Neste caso apenas poderás recorrer a um fertilizante de Ferro de marca. O fertilizante de Micronutrientes trazem Ferro invariavelmente.Porém em aquários ''High-Tech'' deve ser feito um reforço de Ferro com um fertilizante próprio,pois o presente nos Micros pode ser insuficiente.
Nivel ideal: 0.25 a 0.75ppm
Enxofre (S) - O Enxofre encontra-se maioritariamente na composição das proteinas associadas ao Nitrogénio (N). Participa activamente na formação de alguns aminoácidos essenciais ao metabolismo energético. Forma iônica: (SO42-)
Carência: As folhas apresentam-se escuras e opacas, com uma cor amarelo-esverdeado.
Manganês (Mn) - Participa no metabolismo energético associado à respiração das plantas, sendo importante para a formação da Clorofila.
Carência: Os sintomas são parecidos com os de carência de Ferro (Fe),causando uma coloração verde-pálida nas plantas.
Boro (B) - É importante na activção do metabolismo de Carbo-Hidratos e transporte de açucares através das membranas. Participa ainda a nivel celular,tanto na formação da parede celular como na sua divisão. Promove o desenvolvimento das folhas e dos brotos,contribuindo também para o fortelecimento e resistência de todos os tecidos vegetais. Forma iônica: (H3BO3)
Carência: Sintomas parecidos como os da falta de Cálcio (Ca), com necrose e enrugamento das nervuras.Cobre (Cu) - Tem um papel activo na fotossíntese,na respiração,redução e fixação do Nitrogénio (N). Forma iônica: (Cu2+)
Cloro (Cl) - O Cloro é um nutriente que queremos mais ver afastado dos nossos aquários...A água da torneira pode tâ-lo excesso, de modo que é comum usar um anti-cloro,de modo a remover tanto o Cloro como a Cloramina.
Este nutriente está contudo ligado à transpiração das plantas e participa também na fotossintese. Forma iônica: (Cl-)
Carências: Como já expliquei é mais comum encontrarmos excessos, que carências.
Excessos: Muito perigoso para a Fauna, podendo queimar também as margens das folhas.
Como fertilizar com Enxofre, Manganês, Boro e Cobre,etc: Estes nutrientes, tal como todos os Micronutrientes, podem ser encontrados num qualquer fertilizante de Micros, ou Elementos-Traço. Vêm todos juntos no mesmo liquido, de modo que não fertilizamos individualmente,com a excepção do Ferro (Fe),tal como foi dito.
O Cloro vem naturalmente com as trocas com água da torneira,porém alguns fertilizantes de Micros também o trazem em pequenas doses.
Métodos:
Resumindo: se o teu aqua é ''Low-Tech'',ou seja tem pouca luz,não tem CO2 e as plantas são de fácil manutenção, basta fertilizares com um produto que contenha a maior parte dos nutrientes todos juntos,Potassio(K) Ferro e Micros.
Se o aqua é ''High-Tech'',com boa luz,sistema de CO2 e plantas exigentes, terás de proceder a uma fertilização mais rigorosa. Precisarás de um fertilizante de Potassio, Ferro e Micronutrientes (que contenha Magnésio) e também ter um fertilizante de Nitrogénio (N) e Fósforo (P),de modo a fertilizar caso seja necessário.Testes destes dois ultimos nutrientes são necessários de modo a saber a quantidade naturalmente produzida pelo aquário.
No caso do Nitrogénio e Fósforo,devemos manter sempre o nivel ideal,quanto possível. Não é necessário estar sempre a testar o Nitrato e o Fosfato,faça-o em alturas estratégicas, apontando se for preciso quanto fertilizo num dia e quanto as plantas consumiram noutro dia.E ver se é necessário aumentar ou mesmo parar a fertilização. Faça uma fertilização moderada,exagerar nas doses não traz mais saúde às plantas...
O melhor método de fertilização é diário.As plantas têm sempre nutrientes disponiveis, numa quantidade pequena mas suficiente para suprir as suas necessidades.Fertilizo diariamente com Potassio e Micros,o Ferro fertilizo dia sim, dia não. O Nitrogénio e o Fósforo fertilizo em dias intervalados.
As Trocas Parciais de Água (TPA) são muito importantes,fazem um ''reboot'' semanal aos nutrientes do aquário,evitando-se excessos,e repondo Cálcio e Magnésio que vêm com a água da torneira. Não esquecer colocar um produto na água,de modo a neutralizar Cloro e Cloramina. Eu uso o ''AquaClear'' da Nutrafin.
Se tivermos um aquário com o triângulo (luz, CO2, nutrientes) desequilibrado, este não funcionará, temos de ter estas três vertentes equilibradas para o ecossistema fluir.
ola.amg;o testo otimo,de grande clareza obgd,por ter postado.grd.abrç,obrg.....
ResponderExcluirObrigado eu pelo seu comentário! Qualquer dúvida estou aqui para esclarecer!
ResponderExcluirMUITO BOM POST
ResponderExcluirOBRIGADO
Dicas para Fitas LED durarem mais:
ResponderExcluir01 - As fitas Led funcionam em 12V. Use uma fonte com ajuste de voltagem e regule em 11V. Compre uma fonte capaz de fornecer o dobro da amperagem consumida pela fita, para que a fonte não esquente muito.
02 - Solde um diodo ZENER de 15V e 1 W nos conectores da fita, para proteger os Leds contra picos de tensão. Desta forma, qualquer pulso elétrico acima de 15 volts será drenado pelo zener, prolongando a vida útil dos Leds. O zener tem uma MARCA em uma das extremidades. Essa marca simboliza o cátodo. Solde o lado do cátodo no conector POSITIVO da fita, e solde o outro lado no conector NEGATIVO da fita. Aí basta ligar na fonte. O fio positivo da fonte no positivo da fita, e o fio negativo da fonte no negativo da fita (solde os fios da fonte nos próprios fios de estanho do zener) (um de cada lado do zener, óbvio) para evitar de colocar mais de uma gota de solda direto nos conectores da fita. Se precisar dividir a fita em várias partes, solde um zener em cada pedaço de fita Led.
03 - Evite ligar e desligar a fita Led MUITAS vezes ao dia. Os Leds vão enfraquecendo a cada acionamento, principalmente se não estiverem protegidos. Assim, cada vez eles necessitam de uma quantidade maior de volts para funcionarem.
04 - Um dissipador térmico é sempre benéfico.
Obrigado pela dica para as fitas LED! :)
ResponderExcluirParabéns pelo artigo, bem explicado e com uma linguagem explícita...
ResponderExcluirGreen spot é por exesso de fosfatos e nao por falta como dito.
ResponderExcluir